Arte de desenhar letras, lettering movimenta lojas tradicionais de material artístico

Arte de desenhar letras, lettering movimenta lojas tradicionais de material artístico
13, setembro, 2019 por:

Casas com foco em profissionais do design e das artes abrem leque de produtos para atingir clientela interessada em papelaria e caligrafia

Entre a febre da papelaria, uma das maiores tendências aparece em torno do lettering, a arte de desenhar letras, que aparece em produtos variados, como quadros, embalagens, cartazes, cadernos, tatuagens e lousa de restaurante. A prática tem impulsionado também os negócios de papelaria que estão há anos no mercado.

Para abastecer o mercado, as grandes empresas têm aproveitado a febre da papelaria e, sobretudo, do lettering. “Nos últimos anos, o desembolso do consumidor foi maior e mais focado nos itens de papelaria. A tendência impactou principalmente o mercado de canetas coloridas e marcadores de texto. Tons neon e pastel lideram a lista”, aponta Marcelo Vecchi, gerente de comunicação no Brasil da alemã Faber-Castell, que lança anualmente entre 40 e 50 produtos. Outra gigante no setor, a japonesa Pentel também investiu no crescimento da linha de artes e lançou canetas especiais para lettering.

Além do material importado, o setor de papelaria brasileiro também contribui com criações próprias. A Fina Ideia, papelaria online criada em 1994 por Isa Spivack, tem na agenda e no planner os carros-chefes da marca, mas também decidiu acompanhar a tendência e criou o caderno para lettering.

Moda impulsiona cursos de caligrafia e lettering

Seja por hobby ou para aumentar a renda, a procura por cursos de lettering têm acompanhado a tendência vista pelas papelarias. “O lettering é uma letra desenhada. Se bem desenvolvido, conta uma história pelas palavras. Não é uma explosão nacional, mas mundial”, diz a calígrafa Silvia Cavalcanti, que trabalha com caligrafia desde 1992 e no ano passado começou a dar aulas de lettering.

Nas turmas da professora, a hora-aula custa em média R$ 65 e os alunos – a maioria mulheres – têm profissões e idades variadas. “Muitos procuram para acrescentar beleza no trabalho que já fazem, como designers, mas já ensinei até a uma dentista, que queria aliviar o estresse e conhecer o universo da filha de 12 anos, apaixonada pelo lettering”, conta. Além das aulas, Silvia também faz projetos de caligrafia e lettering, como o Papel Luz e Poesia, parceria com uma amiga, na qual vendem luminárias de papel e lettering (em média a R$ 250).

No mundo da caligrafia há 32 anos, a calígrafa e professora Andrea Branco também acompanhou a chegada do lettering. “A gente tem visto perfis no Instagram de como estudar, mostrando as letras. Fui em uma papelaria artística e tem muitas canetas novas, de pontas variadas, e o bullet journal, uma folha com linhas pontilhadas, onde dá para se escrever no espaço de uma forma diferente da pauta do caderno”, conta.

Por enquanto, Andrea dá aulas apenas de caligrafia tradicional, mas diz que está nos planos usar a expertise para criar um curso de lettering avançado. “Hoje tenho cinco módulos do curso de caligrafia, mas estou animada para criar uma edição mais aprofundada de lettering para, por exemplo, o designer que vai fazer um logotipo para uma marca.”

 

Fonte: Estadão – https://pme.estadao.com.br/noticias/geral,lettering-a-arte-de-desenhar-letras-movimenta-lojas-tradicionais-de-material-artistico,70002984694

Foto: Nilton Fukuda/Estdão

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